Seja para utilizar como meio principal de tomada de decisão ou mesmo para confirmar uma decisão tomada com base em outros fundamentos, a análise gráfica é certamente uma ferramenta bastante útil para negociar com ativos dos mais diversos tipos, seja ações, commodities, dólar e até criptomoedas.
Entretanto, uma dúvida comum se dá acerca de quais são os padrões gráficos que podem ser observados e o que eles significam. Bom, antes de entrar nesse assunto, vamos entender o que são os padrões gráficos, a base da análise técnica.
O que é um padrão gráfico?
Um padrão gráfico é basicamente um desenho que se repete no gráfico de preços de um ativo ao longo do tempo sempre que a movimentação de preço segue um determinado padrão associado a um comportamento futuro previsível do ativo.
Assim, por meio da identificação correta, no gráfico de preços, do desenho atual, podemos prever com razoável probabilidade qual será o próximo movimento de preços e nos posicionar para lucrar com isso.
Os padrões gráficos podem ser de 3 tipos:
De continuação: A tendência do preço do ativo seguirá no mesmo sentido (seja de subida ou de descida).
De reversão: A tendência do preço do ativo irá reverter e passar a se mover na direção oposta.
Bilateral: O preço do ativo se move lateralmente, podendo seguir para qualquer direção.
Tipos de padrões gráficos
Existem pelo menos dezenas de padrões gráficos que podem ser identificados, entretanto falaremos aqui apenas daqueles mais comuns, utilizados e confiáveis :
Cabeça e ombros
Esse é um padrão de reversão e ocorre geralmente em uma tendência de alta, na qual o preço do ativo atinge uma alta, sofre uma queda, atinge uma nova alta, maior do que a inicial, seguida de uma nova queda e, por fim, uma terceira alta mais ou menos igual a primeira.
Com isso, temos um gráfico que lembra o desenho de dois ombros com uma cabeça ao meio, como o seguinte:
A linha de baixo, que representa o preço mínimo atingido pelo ativo durante a formação do padrão, é chamado de “pescoço”, por ligar os ombros a cabeça no gráfico. Uma vez que o preço passe dessa linha, o padrão esta confirmado e a tendência de alta se transformará em uma tendência de queda, sendo um bom momento para vender o ativo em questão.
Há também a possibilidade desse padrão se dar de forma invertida, ou seja, em uma tendência de baixa, indicando uma reversão para uma tendência de subida.
Topo duplo
O topo duplo ocorre quando o preço do ativo atinge um topo, sofre uma queda, depois atinge um segundo topo no mesmo patamar do primeiro e depois cai novamente até o preço da primeira queda.
Esse também é um padrão de reversão, confirmado uma vez que o preço desça abaixo dessa linha de queda.
Triângulos
Os triângulos são sempre um padrão de continuação da tendência e podem ser de 3 tipos
Simétricos: Quando os topos se tornam progressivamente menores e os fundos se tornam progressivamente maiores, fazendo o preço convergir para um único preço estável
Ascendentes: Ocorre em uma tendência de alta. Os fundos são progressivamente menores enquanto o mesmo topo é atingido diversas vezes, até que o preço do ativo consiga quebrar essa resistência e voltar a subir.
Descendente: Ocorre em uma tendência de queda e é basicamente o oposto do triângulo ascendente. Os fundos se mantêm estáveis e os topos vão se tornando progressivamente menores, até que o preço do ativo vence o suporte e volta a cair.
Retângulos
Esse é um dos padrões bilaterais mais comuns. Nele, os preços sobem e descem repetidas vezes e sempre atingindo os mesmos topos e fundos, de modo que não é possível determinar para qual direção o preço irá se mover uma vez que esse movimento cesse.
Cunhas
São similares aos triângulos, mas com inclinações maiores. Assim como os triângulos, também podem ser de dois tipos:
Ascendente: formado quando o preço é consolidado para cima. Indica reversão se formado depois de uma tendência de alta e continuação depois de uma queda;
Descendente: o preço é inclinado para baixo. Demonstra reversão após uma queda e continuação depois de altas.
Estratégias de análise gráfica
Embora os padrões gráficos sejam extremamente úteis, eles são insuficientes se usados de modo isolado. Por isso, na análise gráfica existem dois meios principais de integrar os padrões gráficos com informações externas aos gráficos, como modo de aumentar a precisão da previsão.
Uma das formas é através da utilização de informações como volume da negociação, além dos fundamentos macroeconômicos que podem explicar aquela movimentação de preço, de modo a obter maior assertividade na análise e previsão ao invés de simplesmente seguir cegamente desenhos na tela.
Outra forma bastante interessante de melhorar sua análise gráfica é através do Tape Reading, um método pelo qual você “segue as pegadas” dos grandes players do mercado – como bancos e fundos de investimento -, que movimentam a maior parte do capital do mercado e, por isso mesmo, em geral são os precursores de grandes movimentos nos preços. Assim, ao aprender a ler o livro de ofertas, suas ordens de compra e venda e seus volumes, da maneira correta, você pode se antecipar e se posicionar no mercado para aproveitar aquele movimento prestes a ser gerado por um grande player, maximizando suas chances de acerto significativamente.
Livro sobre análise gráfica
Provavelmente o melhor livro para qualquer um que queira iniciar e aprender mais sobre a análise gráfica, especialmente combinada com tape reading é o Reminiscências de um operador de bolsa, de Edwin Lefévre.
Nesse livro, Edwin Lefévre fala sobre Jesse Livermore, um dos maiores traders de todos os tempos, com uma biografia de altos e baixos no mercado de ações, e este livro conta a sua vida de um modo divertido e suave, ao mesmo tempo em que te permite aprender muito sobre os conceitos envolvidos na análise gráfica e no tape reading. Sem dúvida uma excelente opção de leitura para quem esta iniciando.