Como investir em criptomoedas?

O mundo das criptomoedas é realmente fascinante. Com tantas moedas digitais diferentes e tecnologias inovadoras, é muitas vezes difícil para um iniciante nesse mercado saber por onde começar e quais os primeiros passos a dar caso pretenda investir em criptomoedas.

Bom, para isso, o primeiro passo é entender exatamente o que é uma criptomoeda. Caso você ainda não tenha dominado esse conceito, esse artigo pode te ajudar: O que são criptomoedas?

Uma vez que você já entenda bem o que é uma criptomoeda e queira comprar suas primeiras criptomoedas, então é necessário entender como analisar se uma criptomoeda é um bom investimento ou não. É sobre isso que esse artigo trata. Iremos falar sobre os principais fatores que impactam no potencial de aumento de preço de uma criptomoeda de modo mais geral. Muitos outros fatores, mais específicos a cada cripto, podem surgir, como a tecnologia envolvida, mas essa análise será sempre caso a caso e aqui queremos passar uma modelo de análise mais geral, aplicável a todas as criptomoedas que você possa ter interesse. Então vamos lá.

 

1 – Oferta e capitalização de mercado

 

Um dos fatores mais básicos para analisar a probabilidade e potencial de aumento de preço de uma criptomoeda, e um que muitos iniciantes acabam não se dando conta, é a capitalização de mercado daquela cripto. É muito comum que um iniciante olhe uma criptomoeda como a dogecoin, por exemplo, que custa apenas algumas dezenas de centavos por unidade, e acredite que é uma ótima oportunidade, pois já que esta tão barato, o potencial de ganhos é gigantesco, não é mesmo?

Bem, infelizmente, não é bem assim que funciona. Seguindo com o exemplo da Dogecoin, podemos ver que, apesar do baixo valor unitário, a capitalização total de mercado dessa moeda, isto é, o seu valor por unidade multiplicado pela quantidade total de dogecoins no mercado, é bastante alto, batendo na casa dos 25 bilhões de dólares e colocando-a na casa das 10 maiores criptomoedas do mercado. Isso significa que, para que essa cripto dobre de valor são necessários que outros 25 bilhões entrem no mercado, uma quantia que certamente não é desprezível.

Como investir em criptomoedas

É claro que, em um mercado em estado de euforia como muitas vezes o mercado de criptomoedas fica, essas regras parecem ser temporariamente esquecidas e um ativo sobe de preço na base da pura expectativa e especulação, como inclusive ocorreu com a Doge do início do ano para cá, mas, se você deseja ser bem sucedido nesse mercado a longo prazo, não é nada recomendável que arrisque seu dinheiro desse modo imprudente e sem fundamento e, nesse sentido, a capitalização de mercado é um bom guia inicial para você entender qual é a relação risco/retorno de uma criptomoeda. Assim, uma cripto altamente arriscada, mas com boa tecnologia e com baixa capitalização de mercado pode até valer a pena, pois há o potencial de ganhos expressivos de 20x a 30x. Já uma cripto com baixa utilidade e com valor de capitalização de mercado alto, mantido na base da pura especulação e efeito manada do mercado, como a Dogecoin, certamente não vale a pena, ainda que, a curto prazo, você possa ganhar dinheiro “na sorte”, pois entrou antes de a bolha estourar.

Por outro lado, podemos olhar o exemplo da Chilliz, uma criptomoeda alternativa que certamente é mais arriscada do que criptos mais estabelecidas como o Bitcoin e Ether, mas que possui uma boa utilidade, time de desenvolvimento competente e uma capitalização de mercado de 1.4 bilhões de dólares. O potencial de aumento de preço, nesse caso, tende a ser muito maior já que, com, digamos, 5 bilhões de dólares entrando nessa cripto a cotação pode aumentar múltiplas vezes, o que, no caso de uma dogecoin, por exemplo, teria um efeito de apenas 10 ou 20%, não compensando o risco envolvido.

 

2 – Alocação e distribuição

 

Quando uma nova criptomoeda é lançada, há duas possibilidades: A primeira é a chamada “Fair Launch”, que se dá quando algumas pessoas começam a, coletivamente, minerar uma criptomoeda e, a partir daí, essa criptomoeda vai crescendo organicamente. Esse é o caso de moedas como o Bitcoin, Litecoin e a própria Dogecoin.

A segunda possibilidade é a chamada pré-mineração. Ela se da quando a criptomoeda é minerada primeiro pelo grupo de desenvolvedores ou por pessoas originalmente envolvidas no projeto e, após essa mineração inicial, é aberta a venda de tokens para outras pessoas, seja por meio de vendas privadas para investidores específicos ou por meio de ICO‘s (Muitas vezes os dois ocorrem). Esse é o caso da grande maioria das criptomoedas que existem hoje, incluindo a própria Ethereum.

A pré-mineração é um assunto polêmico no mercado porquê, em tese, ela tornaria o processo menos justo, já que as primeiras pessoas a participarem, sejam os fundadores ou desenvolvedores do projeto ou os investidores privados, sempre terão uma vantagem, já que compram as moedas a um preço minúsculo comparado aos últimos investidores do projeto, que participaram do ICO ou que compram aquela cripto depois.

Além disso, existe sempre o risco de que aqueles investidores iniciais comecem a realizar lucros de modo acelerado, despejando ordens de venda gigantescas no mercado e, consequentemente, fazendo derreter o preço do token, o que obviamente prejudica os investidores mais recentes. Por isso, é importante sempre ter em mente esse risco ao investir em moedas pré-mineradas que, como dito, são a maior parte das criptos lançadas hoje em dia. É claro que, a medida em que o mercado para aquela moeda cresce, esse risco se torna menor, já que a quantidade total de moedas dos investidores iniciais vai se tornando menos relevante em relação ao total, mas nem sempre é assim. A Ripple, empresa desenvolvedora da XRP, por exemplo, fez uma distribuição inicial tão generosa de tokens para seus fundadores que, até hoje, com a XRP ocupando a 6a posição no mercado de criptomoedas, a quantidade relativa de XRP detida por eles continua sendo muito significativa.

Você pode saber como uma criptomoeda específica foi alocada olhando os detalhes do ICO dela. Dois bons locais para isso são o ICO Drops e o Messari. É interessante também, para confirmar as informações, utilizar os exploradores de criptomoedas como o EtherScan para tokens da Ethereum, o BscScan para tokens na Binance Smart Chain, ou outros exploradores específicos dependendo da criptomoeda que você estiver analisando.

 

3 – Vesting e Inflação

 

Vesting é a política da empresa que desenvolve uma determinada cripto voltada para regular como os investidores iniciais de uma criptomoeda poderão utilizá-las. Nesse sentido, é bastante comum que essas políticas de Vesting prevejam que os tokens ficarão “trancados” por algum tempo, sendo distribuídos lentamente ao longo dos anos, justamente para evitar o cenário de despejo de tokens que falamos no ponto anterior e, assim, criar mais confiança no mercado.

Assim, o vesting aumenta o valor percebido de uma cripto mesmo quando ela foi pré-minerada. Entretanto, é preciso pesquisar bem e entender como o Vesting daquela cripto que você quer investir funciona exatamente, pois também não faltam exemplos de políticas de vesting enganadoras, que trancam os tokens apenas por 1 ano ou pouco mais e depois os liberam para os compradores iniciais de uma vez só, o que gera essencialmente o mesmo risco que se quer evitar.

Outro ponto fundamental é a taxa de inflação da criptomoeda que você pretende investir. Nesse sentido, o próprio Bitcoin oferece um excelente exemplo: Emissão previsível de novas moedas, que vai sendo progressivamente reduzida ao longo do tempo por meio do halving, além de um limite máximo para o total de moedas fixado em 21 milhões.

Como investir em criptomoedas de modo seguro

Isso é importante porque o aumento constante de oferta de uma cripto é um dos principais fatores que podem prejudicar, a longo prazo, o seu potencial de preço e, em última análise, uma criptomoeda com uma taxa de inflação muito agressiva começa a se parecer mais e mais com uma moeda fiat, perdendo o seu propósito.

Em muitos casos, ter uma taxa de inflação um pouco mais alta pode ser justificável, como é o caso de moedas baseadas no proof-of-stake, que precisam emitir para distribuir aos validadores, como forma de incentivo; e no caso de tokens de DEX (Decentralized Exchange ou corretoras descentralizadas), como a Uniswap, PancakeSwap, QuickSwap e outras, que precisam recompensar os provedores de liquidez, essenciais para o funcionamento desse tipo de plataforma. De qualquer modo, esse é um fator que deve-se sempre estar de olho.

Algumas criptomoedas, para contrabalançar a necessidade de emitir novas moedas, prevem mecanismos pelos quais parte dos tokens são futuramente queimados, essencialmente tirando-os de circulação para sempre, com efeito direto na oferta e no preço, que tende a aumentar progressivamente. Esse é uma das mudanças previstas para a Ethereum 2.0, que pode fazer o Ether Atingir novos recordes de preço talvez ainda maiores do que o último pico de 25 mil reais.

 

4 – Staking e utilidade

 

As moedas que tem como mecanismo de consenso o proof-of-stake e que, portanto, possuem usuários fazendo staking de criptomoedas, possuem uma vantagem natural em relação ao seu potencial de preço. Isso porque o staking efetivamente reduz o total em circulação daquela criptomoeda, já que elas estão “presas” na rede, o que tende a fazer com o preço suba devido a menor oferta.

Esse efeito é tão maior quanto for o período de Lockup da moeda. Quando o usuário decide tirar as suas moedas do staking, ele deve esperar um determinado período até efetivamente ter suas moedas a disposição, que geralmente é de algumas semanas, mas pode chegar a meses, como é o caso da Ethereum. Quanto maior o período desse lockup, maior é o prazo mínimo pelo qual as moedas ficam fora de circulação, prolongando o efeito de escassez que impulsiona o preço.

Outro ponto sempre importante de ser analisado é a utilidade que a criptomoeda traz. O bitcoin é hoje uma criptomoeda tão valiosa porque é inigualável como reserva de valor, podendo vir a, futuramente, se tornar ainda melhor do que o ouro nesse quesito, já que possui um limite máximo de 21 milhões, enquanto mais e mais ouro é minerado todo ano.

Já o Ether é a segunda maior cripto porque a Ethereum oferece uma imensa utilidade através dos seus aplicativos descentralizados, ou Dapps, sendo hoje a principal plataforma Defi do mercado.

Assim como essas duas criptomoedas, muitas outras possuem uma clara utilidade e, por isso, possuem potencial para crescer. Por mais que o mercado seja eufórico em muitos momentos e, as vezes, até mesmo projetos que não tem qualquer fundamento aumentem de preço drasticamente, a longo prazo são os projetos que realmente trazem algo de valor que irão dominar o mercado. Se quiser saber mais sobre essa parte, veja aqui alguns projetos dos quais já falamos no passado e que trazem uma excelente utilidade:

Ada

Avax

Algorand

Polygon

Enjin

 

Veja também: Criptomoedas promissoras para 2021

 

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