A Elrond é uma criptomoeda que busca ter, ao mesmo tempo, a resiliência e previsibilidade do bitcoin (BTC), a programabilidade da Ethereum e outras plataformas Defi e a alta velocidade de transações da Solana.
Mas como uma única blockchain pode ser isso tudo ao mesmo tempo? É isso que vamos ver hoje.
Elrond e sua criptomoeda EGLD: Como funciona?
A Elrond foi fundada em 2017, seu whitepaper divulgado em novembro de 2018, mas sua mainnet foi lançada apenas em julho de 2020. De lá para cá, a Elrond tem crescido a largos passos, tendo se tornado, em menos de um ano, a 53ª maior criptomoeda, com uma capitalização de mercado atualmente na casa dos 1,8 bilhões de dólares.
Para garantir transações em alta velocidade, a blockchain da Elrond utiliza o protocolo de sharding, semelhante a Zilliqa, por meio do qual o total de transações é fragmentada e validada por meio de clusters de sub redes paralelas de modo simultâneo, e depois os registros são compilados na rede mãe.
Em cada um dos shards, ou fragmentos da rede Elrond, o sistema seleciona aleatoriamente 61 validadores e, dentre esses, escolhe aquele com a maior reputação e stake na rede para produzir um bloco de transações. A cada novo bloco, esse processo é repetido.
Esse sistema de validação fragmentada e de seleção aleatória torna a Elrond não apenas muito segura como também extremamente rápida, podendo processar 5.000 transações por segundo por shard, muito mais do que as 7 transações por segundo do bitcoin.
O sistema ArwenVM da Elrond utilizar o Webassembly, permitindo aos desenvolvedores que queiram operar na rede criar seus apps e smart contracts utilizando uma grande variedade de linguagens de programação. Além disso, a ArwenVM opera tranquilamente entre os shards da rede, algo que outras blockchains de smart contracts que também utilizam o sistema de sharding tem tido grandes dificuldades em conseguir com seus respectivos sistemas.
Além disso, a ArwenVM tem um sistema de royalties já programados, por meio do qual os desenvolvedores de um app recebem automaticamente 30% das taxas pagas por usuários dentro de seu app. O pagamento dessas taxas é sempre feito em EGLD, o token nativo da plataforma, que também é utilizado no staking pelos validadores.
Antes do lançamento da sua Mainnet no ano passado, o token da Elrond se chamava ERD, e possuía duas formas, uma como um token ERC-20 circulando na Ethereum e outra como um token BEP20 na Binance Smart Chain. Com o lançamento da Mainnet, o ERD será convertido em EGLD na razão de 1.000 ERD para cada EGLD. Com isso, a oferta total do token da Elrond, que era de 20 bilhões de ERD, passou para 20 milhões de EGLD.
Essa oferta esta prevista para crescer para 31,5 milhões de EGLD ao longo dos próximos 10 anos, devido as recompensas para os mineradores da rede. No primeiro ano 10% desses 11,5 milhões adicionais serão emitidos, no segundo ano 9%, no terceiro 8%, e assim sucessivamente até que cessem as novas emissões. A partir daí, os validadores da rede receberão apenas as taxas de transação como recompensa.
A Wallet da Elrond: Maiar
A Elrond possui uma wallet própria, Maiar, que esta destinada a se tornar a interface primária dos usuários com todas os futuros projetos a serem desenvolvidos na Elrond. Atualmente, a Maiar permite receber e enviar Egld, BnB e Ether.
Tudo o que você precisa para criar uma wallet Maiar é de um número de celular. Além disso, eles possuem um programa de indicações bastante interessante, no qual você recebe 100% das taxas gastas por seus indicados na compra de EGLD e 50% na compra de outras criptomoedas.
A Maiar também é uma wallet bastante simples de se utilizar e, se você estiver usando a versão browser dela, é possível fazer staking ao mesmo tempo em que mantêm sua privacidade, já que nessa versão não é necessário fornecer o número de celular.
Onde comprar EGLD
Como a EGLD já foi inclusive um token na rede da Binance quando se chamava ERD, sem dúvida nenhuma um dos modos mais fáceis de adquirir essa criptomoeda é por meio dessa corretora.
EGLD: Análise de preço
A EGLD começou o ano de 2021 cotada a cerca de 30 dólares. Após algumas semanas de subidas constantes porém modestas devido ao lançamento do novo protocolo de staking da rede no final do ano passado – que estipulou uma exigência de pelo menos 2.500 EGLD em staking na rede para se tornar um validador, aumentando a demanda pela criptomoeda – a EGLD apresentou uma subida vertiginosa de preço no início de fevereiro chegando a quase bater os 200 dólares, seguindo uma queda e uma nova subida no início de abril, chegando a 235 dólares por token.
Talvez a principal razão por trás desse movimento seja o lançamento da wallet Maiar que, como vimos, oferece 100% de comissão ao indicador sobre as taxas pagas pelo indicado na plataforma, o que certamente provocou uma onda de crescimento significativo pelo token a medida que mais e mais usuários aderiam ao programa de indicações.
De lá para cá o preço do EGLD vem caindo continuamente, estando atualmente em 100 dólares por token. Entretanto, se você confia na tecnologia, essa pode ser uma boa hora para comprar. Isso, claro, não é aconselhamento financeiro, apenas uma ideia.
Por outro lado, também é necessário considerar que a conversão de ERD para EGLD iniciada no final do ano passado ainda esta em curso e, de fato, ainda existe pelo menos 127 milhões de tokens ERD em circulação na Binance Chain e mais alguma quantidade considerável na Ethereum, o que pode adicionar um fator surpresa na movimentação do preço da EGLD caso todo esse ERD seja convertido repentinamente, o que aumentaria a capitalização de mercado da EGLD e tornaria potencialmente menos expressivo qualquer movimento de subida de preço, já que, em geral, quanto maior é a capitalização de mercado menor é o percentual de valorização em termos percentuais.
Outro ponto de preocupação é também o fato de que a maior parte dos holders de EGLD são “baleias” ou seja, detentores de altas quantidades dessa criptomoeda, o que pode tornar seu preço ainda mais volátil caso apenas alguns desses investidores decidam vender repentinamente suas posições.