O que é o DeFi?

Você já ouviu falar em Defi? Bom, se você já pesquisa há algum tempo por criptomoedas, com certeza esse é um termo que você já deve ter ouvido ou lido por aí. Mas o que será DEFI? Em grande medida, podemos dizer que o Defi é uma das coisas mais promissoras dentro do universo cripto e com possibilidades reais de gerar mudanças profundas não só na forma como as pessoas usam dinheiro mas também no sistema financeiro tradicional, hoje totalmente baseado em intermediários e com produtos muitas vezes ultrapassados.

DeFi

 

O que é DeFi? Qual sua importância?

 

O termo DeFi corresponde a uma abreviação do termo em inglês Decentralized Finance (ou finanças descentralizadas), que é basicamente um movimento encabeçado por usuários de criptomoedas em direção a um novo sistema financeiro global, baseado, no lugar dos atuais bancos privados gigantescos e bancos centrais, em uma rede descentralizada que possa prover todos os serviços financeiros necessários aos seus usuários por meio dos próprios usuários conectados de forma peer-to-peer.

Defi Peer to Peer

 

Por quê o DeFi é uma tendência?

2008
A crise de 2008 é o exemplo mais recente do desastroso – para as pessoas comuns – conluio entre grandes bancos e governos

O Significado disso é que, no lugar de um sistema que já se provou extremamente suscetível à fraude, corrupção e desestabilização da economia – como já ocorreu muitas vezes no passado – podemos ter a chance de ter um sistema financeiro verdadeiramente livre, sem ficar submetido a autoridades centrais com poder absoluto de tomar decisões que, na maior parte das vezes, não leva minimamente em consideração as necessidades das pessoas comuns que dependem daquele sistema

Defi na América Latina

Na América Latina em especial, especialmente aqui no Brasil e na Argentina, o DeFi também tem tido um largo crescimento, com fundos de Venture Capital investindo amplamente em Startups focadas no setor das finanças descentralizadas.

 

 

Uma Nova Alternativa por meio das Finanças descentralizadas

Assim, no lugar do conluio corporativista entre bancos imensos e governos ao redor do mundo mandando em tudo e submetendo os indivíduos, com as finanças descentralizadas poderíamos ter uma rede de serviços financeiros verdadeiramente descentralizada, mantida pelos próprios usuários através da blockchain.

 

Como funcionaria o DeFi? O Defi na Ethereum

Claro, a descentralização completa do sistema financeiro parece ser algo maravilhoso, porém, uma pergunta de ordem prática sempre fica: Como isso realmente funcionaria?

A opção mais fácil para se ter, de fato, um sistema financeiro descentralizado – pelo menos até o momento – é através da plataforma Ethereum, que, como já falamos de forma mais aprofundada em outro artigo, provê uma plataforma descentralizada de desenvolvimento de software na blockchain, e possui uma criptomoeda própria – a Ether – que funciona como pagamento para os projetos desenvolvidos na plataforma, assim como estímulo para que os computadores ligados na rede ethereum ao redor do mundo sigam validando as transações e, com isso, obtenham ether.

Defi ethereum

A Ethereum pode ser entendida como sendo composta de 3 camadas: A camada de Hardware, composta pelos computadores dos validadores que formam a sua blockchain, a camada de software, onde os softwares são desenvolvidos e que, em conjunto com a camada de Hardware forma a Ethereum virtual Machine.

Ethereum Virtual Machine

A terceira e última camada da Ethereum é a camada de Apps, onde os aplicativos descentralizados – ou Dapps – são desenvolvidos. É nessa camada que o movimento DeFi começa a ganhar força, já que muitos dapps provendo serviços financeiros já foram e continuam sendo desenvolvidos na Ethereum.

Como funciona um protocolo Defi?

Quando em falamos em protocolo Defi, estamos basicamente falando de um protocolo de Smart contracts que atua fornecendo todas as atividades e etapas necessárias para concretizar uma determinada operação financeira seja ela de empréstimo, Negociação de criptoativos, investimento, ou qualquer outra coisa que você possa imaginar nos mais diversos segmentos das finanças.

Outras blockchains promissoras também tem um projeto de ecossistema de Defi, como é o caso da Ada CardanoAvax, Solana, Phantom, Polkadot, Binance Smart Chain, além de diversas outras. De fato, a todo momento novos protocolos Defi surgem nessas e em outras blockchain.

Tendo em vista que as taxas altíssimas da ethereum são ainda um dos seus maiores problemas, há uma grande chance dessas plataformas superarem a Ethereum como plataforma Defi de escolha em alguns anos, caso a Ethereum não seja bem sucedida na recente implementação do Ethereum 2.0 e a consequente mudança completa do proof-of-work para um sistema de proof-of-stake, o que teoricamente irá resolver o problema das taxas altas daqui para a frente.

Apenas para se ter uma idéia, enquanto as taxas na ADA e na AVAX ficam em torno de 2 dólares e 0.30 centavos de dólar, respectivamente, as taxas da ethereum bateram recentemente um recorde de 80 dólares apenas para uma simples transferência após o Ether bater a casa dos 4 mil dólares no último ciclo de alta.

Os 5 pilares do DeFi

 

Além da plataforma para desenvolvimento das aplicações financeiras, existem mais alguns requisitos para que um sistema financeiro descentralizado minimamente viável possa se concretizar. Todos esses requisitos, ou pilares do sistema, já se começam a se desenvolver.

 

1 – Stablecoins

A importância das Stablecoins esta no fato de que uma das principais preocupações em relação a criptomoedas é a sua imensa volatilidade. É claro que essa volatilidade é algo perfeitamente compreensível quando pensamos em uma criptomoeda como o bitcoin, por exemplo, que ainda esta em processo de adoção e tem potencial real de se tornar o dinheiro do futuro, mas ainda carrega incerteza no olhar da maior parte do público em geral fora do universo cripto.

Stablecoins DeFi

Entretanto, o fato do mercado ainda olhar com desconfiança para a volatilidade do bitcoin e outras criptos gera a necessidade de uma criptomoeda que não oscile tanto para que um projeto inicial de sistema financeiro descentralizado possa começar a surgir de modo minimamente operacional, e daí a importância das Stablecoins.

 

2 – Bolsas descentralizadas

 

Provavelmente você já esta acostumado com o conceito de uma bolsa de valores, mas, para que o DeFi possa se concretizar, o que precisamos é de bolsas de criptomoedas descentralizadas, ou DEX, onde cada usuário possa negociar uma criptomoeda por outra diretamente, sem a necessidade de um intermediário entre essas operações. Felizmente, essas bolsas já existem, como a Kyber Network, UniswapPancake Swap, SushiSwap, Trader Joe e outras que cobram taxas por cada swap entre criptomoedas.

Dex's DeFi
Algumas das mais populares Dex’s: UniSwap, panckaeSwap, Curve, SushiSwap e Balance

Com as bolsas descentralizadas, reduz-se enormemente o risco de custódia associado a possibilidade de ataque externo e perda de criptomoedas como ocorre com corretoras de criptomoedas com certa frequência, já que em  nenhum momento as criptomoedas ficam ‘estacionadas’ no sistema da bolsa. Apesar disso, é bom pesquisar bem antes de conectar sua carteira a protocolos Defi pouco conhecidos ou ainda recentes, já que, infelizmente, ataques hacker a protocolos novos ou com vulnerabilidades tem sido uma característica recorrente nessa jornada de evolução do Defi.

 

3 – Mercado de dinheiro

 

Mercado de dinheiro é simplesmente o mercado para empréstimos e é o principal responsável por prover liquidez para a economia. Embora nos últimos anos tenham surgido diversos aplicativos de empréstimos peer-to-peer, é um fato inegável que esse setor ainda é absolutamente dominado por grandes bancos no mundo inteiro.

Devido a grande liquidez provida por esse mercado, é impossível pensar na viabilidade  de um sistema financeiro descentralizado sem um mercado de dinheiro forte e operante. A grande diferença aqui é que os empréstimos ocorrerão sem o intermédio de grandes bancos ou instituições financeiras, mas diretamente entre as partes.

Nesse sistema, ao invés de utilizar scores de crédito para determinar o risco de emprestar dinheiro, o que ocorrerá será o que chamamos de Collaterilarized Debt Position, ou CDP, que basicamente significa que o tomador do empréstimo terá que deixar depositado uma determinada quantia de alguma criptomoeda que garanta o pagamento do principal mais os juros e, se em algum momento, o valor daquela cripto cai a um patamar menor que o valor do empréstimo, contando aí também os juros até aquele momento, o contrato é liquidado instantaneamente.

 

4 – Sintéticos

 

Sintético é o nome dado a um ativo ou instrumento financeiro que é feito para se comportar como um outro ativo. O melhor exemplo é o dos derivativos, ativos que derivam o seu valor de um outro ativo financeiro subjacente. Exemplos de derivativos incluem opções de compra e de venda, Swaps e contratos futuros.

No sistema DeFi, um sintético seria um token cujo valor deriva de uma criptomoeda ou mesmo outro ativo qualquer do sistema financeiro tradicional como ações, commodities, etc. e sua principal utilidade seria prover maior transparência e segurança na hora de simular financiamentos, operações de criação de liquidez e acesso ao mercado.

Além disso, os sintéticos tornaram possível realizar quaisquer tipos de investimentos, seja em criptoativos ou não, por meio de contratos inteligentes.

 

 

5 – Seguro

 

Assim como no sistema financeiro tradicional, o seguro será um instrumento fundamental para o sistema financeiro descentralizado, funcionando como uma rede de proteção contra um possível hack, glitches ou bugs nos sistemas utilizados pelo usuário de criptomoedas. A existência de seguradoras que possam prover a cobertura desses tipos de risco no âmbito de criptomoedas será fundamental para atrair a massa de usuários do sistema financeiro tradicional – usuários esses que, na imensa maioria das vezes, possuem um perfil menos técnico – para o sistema descentralizado, fazendo-os se sentir mais seguros.

Felizmente, já existem algumas seguradores cobrindo esse tipo de risco, o que só aumenta as chances de um sistema financeiro descentralizado realmente se tornar mainstream.

 

Defi: Onde Comprar

O Modo mais direto de adquirir moedas defi é através das Dex, ou corretoras descentralizadas, como a Pancake Swap, na Binance Smart Chain, ou a Uniswap e 1inch, na Ethereum.

Defi na Binance

É possível também adquirir moedas Defi em corretoras como a Binance, o que pode ser uma opção preferível se você ainda é iniciante e não sabe muito bem como utilizar uma corretora descentralizada.

Recentemente, o Mercado Bitcoin também vem adicionando moedas Defi, embora a sua variedade não seja tão grande quanto à da Binance.

 

 

Alguns exemplos de moedas Defi

Já falamos aqui de vários projetos e tokens Defi, dentro e fora da ethereum, que você pode dar uma olhada:

Ada

Avax

Enjin Coin

Polygon

Tron

QuickSwap

1inch

Uniswap

PancakeSwap

 

 

Conclusão

Com esses 5 pilares se desenvolvendo já nos dias de hoje, as perspectivas para um futuro onde o sistema financeiro mundial não estará mais nas mãos de banqueiros e governantes são realmente animadoras.

Antes de investir no Defi, entretanto, não se esqueça de pesquisar bem sobre a equipe por trás do projeto no qual você esta interessado, pois é muito comum que projetos anônimos sejam lançados e, muitas vezes, esses projetos são tentativas de golpe e roubo de criptoativos.

Defi O que é?

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