O que é um Swap?

O swap é uma espécie de derivativo. Derivativos são contratos cujo valor esteja condicionado à variação de algum ativo, o que ocorre muito nos contratos de exportação e importação, em que o valor dos mesmos, em dólar, está atrelado à variação do preço daquela moeda no mercado.

É o que acontece, também, em investimentos pós-fixados, cujo valor do resgate dependerá da variação de um determinado índice, que pode ser, por exemplo, a Selic ou o IPCA.

Suponha que você é um produtor rural e realizou uma venda de US$ 200 mil em mercadoria para um comprador em outro país. Na data da venda, o dólar custava R$ 4,00. Sendo assim, você teria a receber R$ 800 mil, que é o preço em dólar convertido para a moeda local.

Você apurou que o custo total para produzir e escoar aquela mercadoria, incluídos os impostos, foi de R$ 600 mil. Sendo assim, o seu lucro previsto é de R$ 200 mil na operação.

Swap

O problema é que você efetuou a venda com antecedência de três meses. O pagamento, no entanto, só acontecerá ao final daquele período.

Essa situação é comum para empresas exportadoras, sejam elas do segmento de agronegócio, indústria ou extrativismo.

O problema é que sabemos o quanto o câmbio é volátil, uma situação que se tornou rotina desde que foi suprimida a paridade da moeda emitida com o ouro. Sendo assim, a própria moeda se tornou uma mercadoria, um ativo, que pode ou não se valorizar, razão pela qual você já deve ter ouvido falar de pessoas que investem em dólar, libra esterlina e outras moedas.

Esses investidores ganham em reais o resultado da variação do dólar para cima, mas também perdem dinheiro caso aquela moeda se desvalorize.

O que é Swap

É nesse contexto que surge o swap, uma das muitas formas de operações com derivativos. Swap vem do verbo to swap, que significa, em português, “trocar”.

Consiste na troca de riscos entre duas partes, que pretendem proteger seus lucros ou investimentos. O mais comum é o swap cambial, feito com o Banco Central.

Swap Cambial

Suponhamos que aquele produtor quer proteger o contrato contra uma possível desvalorização do dólar. O ideal seria que ele só efetuasse a venda na data do pagamento, assim não correria riscos. A questão é que, em se tratando de comércio internacional, os volumes são gigantescos e são feitos por encomenda.

Portanto, é natural que os contratos sejam feitos com antecedência, até porque o setor produtivo, em caso de grandes volumes, produz sobre demanda, ou com base em estimativas de vendas.

Então, essa possibilidade é nula. O jeito é buscar formas de proteger o preço do contrato. Uma dessas formas é negociar o contrato no mercado futuro. É quando o produtor vende seu direito a um investidor, antecipando, inclusive, a receita no valor da cotação presente do dólar. Assim, ele recebe exatamente o preço com o qual negociou a venda.

O investidor, por sua vez, obtém a oportunidade de lucrar com o ágio decorrente de uma eventual valorização do dólar. Da mesma forma, o próprio exportador poderia lucrar com essa variação, mas preferiu assegurar sua lucratividade e obter capital de giro.

O swap é uma operação um tanto quanto mais complexa que o mercado futuro, que tem a finalidade clara de eliminar os riscos. Do outro lado, a empresa que realiza a troca do indexador, geralmente um banco, também pretende lucrar com uma variação positiva do dólar.

Suponha que o exportador pegou o contrato de R$ 800 mil e negociou com o Banco Central a troca dos indexadores. Doravante, ele passou a ter o contrato vinculado à taxa DI, que é a taxa referencial de crédito entre instituições financeiras. Ao final de três meses, ele receberá os R$ 800 mil + DI no período.

Nesse caso, o banco está pagando esse ágio. Se for de 0,75%, o banco pagará ao exportador R$ 800 mil + 0,75%, equivalente a R$ 806 mil. Em compensação, se o dólar tiver uma variação para cima de 2%, o banco lucrará R$ 10 milhões na operação, já que o contrato em dólar valerá R$ 816 milhões.

Podemos dizer, portanto, que o termo swap, “troca”, descreve com perfeição esse tipo de operação, que envolve uma troca de direitos, riscos e oportunidades. No caso acima, todos saíram ganhando, de acordo com suas próprias perspectivas. O banco poderia, no entanto, sair perdendo caso o dólar se desvalorizasse ou mesmo se valorizasse abaixo do indexador negociado com o exportador, no caso, o DI.

Outras formas de swap

A forma descrita acima é a mais comum, porém não a única de fazer swap. Sempre que alguém tem um direito e deseja proteger o seu valor de riscos, tendo, do outro lado, um investidor que vê a troca como oportunidade, existe a possibilidade da realização de uma operação de swap.

Sendo assim, as operações swap podem envolver:

– câmbio;

índices;

– indexadores;

commodities.

Repare que todos os ativos acima são caracterizados pela volatilidade. Por conta disso, as operações de swap realizadas pelo banco central não são exatamente visando obter lucro, mas manter a estabilidade cambial.

Eu posso fazer um swap?

Como podemos perceber, as operações de swap estão mais ligadas a grandes volumes, mas isso não significa que você não possa fazer esse tipo de operação.

Caso você tenha um CDB pré-fixado junto a um banco e entenda que o CDB indexado tende a entregar maiores ganhos no vencimento do título, pode procurar outro banco para fazer a troca por um papel pós-fixado. Caso você esteja certo, aumentará seus ganhos.

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