O Ethereum se tornou mais centralizado após o The Merge?

O The Merge foi uma das maiores mudanças dentro do mundo das criptomoedas, pois a Ethereum, segunda maior cripto do mundo com 200 bilhões de dólares de valor de mercado, sairia de uma blockchain de Proof of Work (prova de trabalho) para Proof of Stake (prova de participação).

Isso foi feito visando tornar o blockchain mais eficiente em termos de economia de energia, além de se tornar mais seguro e escalável. Mas o que será que ocorreu com a Ethereum após o The Merge?

O Ethereum se tornou mais centralizado após o the merge?

O Ethereum se tornou mais centralizado após o The Merge?

O The Merge é importante pelo consumo de eletricidade, pois traz uma redução de 99,95% de energia. E outro fator interessante é que torna o Ethereum mais escalável, fazendo com que suas transações por segundo aumentem de 20 para 100 mil, tudo graças ao novo tipo de blockchain adotado.

 

Consequências do The Merge

Contudo, uma vez estabelecida a mudança, em pouco tempo problemas e pontos negativos surgiram. E isso aconteceu porque a mudança do sistema proof of work para proof of stake gerou um debate sobre uma maior centralização da rede.

E isso vai totalmente de encontro aos princípios básicos das criptomoedas, que começam com o bitcoin e o ideal do dinheiro descentralizado, e essa discussão foi refletida no preço dos tokens, pois o Ethereum teve uma queda significativa.

 

Centralização do Ethereum

A sistema de validação proof of stake define que a validação dos blocos deve ser feita por donos de tokens Ether. Ou seja, o usuário de Ethereum vai depositar suas moedas na blockchain através de staking e a partir daí faz a análise das transações, permitindo-as ou não.

Para evitar abuso por parte dos validadores, foi criado um mecanismo chamado slash, que consiste numa penalização em tokens do validador, dependendo do tipo de infração que for cometida, podendo inclusive vir a perder todos os ETH em staking.

A Lido Finance concentra mais de 30% do Ethereum em staking de rede, seguida pela Coinbase (14,44%) e a Kraken (8,30%). A Lido é uma das maiores plataformas de staking da rede Ethereum.

O staking é como se fosse uma “renda fixa” do mundo das criptomoedas. Pelo fato da Lido Finance ser descentralizada e ser conectada diretamente com a blockchain da Ethereum, ela não preocupa esse mercado, pois, na realidade, os ETH que ela usa para validar são de terceiros, que fazem o staking através da Lido e não por conta própria por não possuírem os requisitos necessários para serem validadores autônomos que, entre outros, incluem possuir pelos menos 2.000 ETH em staking.

Contudo, a Kraken e a Coinbase são entidades mais centralizadas, pois estão sujeitas às leis dos países nos quais operam.

Por mais que somadas correspondam a pouco mais de 22% dos tokens, essa centralização não é tida de maneira positiva. Principalmente porque, como já citado, o princípio básico das criptomoedas é o de liberdade, foram criadas dentro de um ideal libertário.

E dessa forma, as decisões são tomadas pelo grupo, e não por um governo ou entidade.  Além disso, o proof-of-stake, por se basear, em última análise, no poder financeiro para admitir validadores, pode abrir uma brecha para que grandes bancos e fundos de investimentos gigantescos como a Black Rock comecem a dominar cada vez mais a blockchain da ethereum, bastando para isso comprar cada vez mais ETH ao longo dos anos, algo extremamente fácil para quem possui 10 trilhões de dólares sob gestão, como é o caso da Black Rock.

 

Conclusão

Como é possível perceber, o The Merge, apesar de ter seus pontos positivos, acabou tornando a moeda um pouco mais centralizada, e talvez abriu a brecha para que, a longo prazo, ela seja completamente tomada por grandes bancos e instituições financeiras e perca o seu caráter descentralizado.

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