Vale a pena investir em ações da Klabin?

Indo direto às devidas apresentações, a Klabin, empresa cujo negócio principal é papel e celulose, é a maior produtora e exportadora do Brasil de papéis para embalagem, com 18% do mercado nacional, assim como a líder em produção de sacos industriais e embalagens de papelão, onde detém 50% do mercado interno.

Ações da klabin

A empresa, além das dezessete unidades industriais no Brasil, opera na Argentina e nos Estados Unidos, além de possuir escritórios comerciais em diversos outros países.

Além dos produtos já referidos, a empresa atua no ramo de toras de madeira, além de ter ramificações industriais e comerciais nos setores de alimentos, produtos de higiene e limpeza, bebidas, eletroeletrônicos, cimento, farinha de trigo, sementes e produtos químicos.

Trata-se, portanto, de uma matriz bem eclética de negócios. No começo, todavia, a Klabin era uma produtora de materiais para escritório, expandindo-se no mercado de papel na década de 30 do século passado. Foi já na segunda metade do século XX que começou a diversificar sua atividade, tendo aberto capital na Bolsa em 1979.

Atualmente, bem reposicionada estrategicamente no ramo de papel, voltando-se para um mercado não afetado pela mudança do perfil de consumo de materiais de escritório, em decorrência do avanço digital, a empresa tem forte ênfase em políticas sustentáveis, associando seu negócio com madeiras ao replantio de 230 mil hectares de florestas.

Histórico recente da Klabin

No início de agosto, foi noticiado que a Klabin investiu, só no segundo trimestre de 2019, um montante de R$ 581 milhões. No acumulado no primeiro semestre, o total foi de R$ 877 milhões.

O principal destino dos investimentos foi o projeto Puma II, que recebeu aporte de R$ 288 milhões. O valor é ínfimo ante a previsão de investimentos de até R$ 9 bilhões previstos até 2023, que darão vida ao projeto de ampliação da produção de papéis para embalagem.

Segundo a empresa, ao final do primeiro semestre, a empresa já tinha 85% dos processos chave para o funcionamento da nova linha de produção contratados. A expectativa é de que a capacidade instalada tenha um incremento de aproximadamente 55%.

Percebe-se, pois, que a empresa tem um perfil expansionista e de alto investimento. Por essa razão, apesar da forte capacidade de geração de caixa, a empresa tem um alto endividamento, consequência da necessidade de financiar os investimentos da companhia.

A dívida bruta da Klabin é de R$ 24,6 bilhões, de acordo com o balancete de 30 de julho de 2019, representando 71,7% dos direitos da empresa, que somam R$ 34,3 bilhões.

Na frente da geração de caixa, a empresa teve um faturamento líquido no período julho/2018 a junho/2019 de R$ 10,7 bilhões, mantendo a tendência de alta constante, que se mantém trimestre a trimestre, desde 2010, quando a receita batia na faixa dos R$ 3 bilhões. Nos últimos cinco anos, a receita líquida cresceu 19,9%.

O lucro líquido, no entanto, foi de apenas R$ 836,8 milhões no período de 1 ano, até 30 de julho de 2019. No segundo trimestre do ano, o lucro foi de somente R$ 70,2 milhões, mesmo assim, melhor que o primeiro trimestre, quando teve um prejuízo de R$ 196 milhões.

Em outras palavras, a empresa vem aproveitando sua forte geração de caixa para financiar seus investimentos, o que reduz a lucratividade do negócio. No entanto, a expansão do negócio tende a valorizar o capital investido no longo prazo. Um bom indicador é que a margem bruta atual é de 40,2% e a margem Ebitda da empresa é de 27%.

KLBN3

A KLBN3, ação da Klabin, chegou a ser cotada a R$ 3,39 em 2007, no melhor momento da economia brasileira. Nos anos subsequentes, mergulhou em um patamar abaixo de R$ 1,00.

A partir de 2012, passou a apresentar trajetória de crescimento consistente, até pegar carona na onda especulativa e alcançar R$ 8,18 no início de 2016, oscilar para baixo e voltar ao patamar de R$ 8,34 em agosto de 2018, para, então, iniciar uma trajetória de queda acentuada, chegando a R$ 3,54 em setembro de 2019.

De acordo com o mercado financeiro, o valor da companhia é de R$ 19,15 bilhões. São 5.409.800.000 ações distribuídas na Bolsa. O VPA da KLBN3 é de apenas 1,10, o que significa que o valor de mercado da companhia é quase igual ao seu valor patrimonial.

A liquidez corrente da empresa é de 4,84, o que significa total capacidade de pagamento do passivo de curto prazo sem afetar o fluxo de caixa da empresa, o que garante suporte ao apetite investidor da companhia.

A estimativa da empresa é de que o Dividend Yield seja de 5,4%, o que só vem sendo possível pelo pagamento JCP alto, o que tem, frequentemente, mantido os proventos num patamar superior ao lucro líquido.

Vale a pena investir?

Para quem investe em empresas, tornar-se sócio da Klabin parece uma ótima opção, contanto que a visão seja de ganhos expressivos no longo prazo.

A ação da empresa está bem barata e pode ampliar a trajetória de queda, chegando a um preço ainda melhor. Você pode esperar por um preço melhor ou comprar agora. Segundo a BB Investimentos, a KLNB3 está entre as ações que podem valorizar acima de 60% em um ano a partir de setembro de 2019.

Para quem pensa em ter forte ganho sobre o capital no curto prazo, a ação da Klabin compensa. Quem quer se tornar sócio da companhia, com visão de longo prazo, pode acabar proprietário de uma bela vaca leiteira, que unirá valorização a pagamento de proventos.

É claro que a recomendação é sempre diversificar a carteira, mas a KLNB3 é, no momento atual, uma ótima opção para quem que ganhar dinheiro no curto ou no longo prazo.

Quem também compartilha essa impressão é o estudo do Itaú BBA publicado em agosto de 2019, que também recomenda as ações da Klabin como investimento focado no longo prazo, levando em consideração a expectativa da ativação do projeto Puma II em 2022.

Deixando claro que essa é apenas uma visão do investimento e que você deve sempre buscar múltiplas fontes de informação e análise para poder estabelecer sólidas referências para tomar suas decisões.

 

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